Sabores da Índia
- Admin
- 1 de nov. de 2007
- 4 min de leitura
Atualizado: 8 de abr. de 2021
Explosão de cores, aromas e sabores: estes são os adjetivos que sempre ouvimos quando se fala da Índia, e eles realmente retratam perfeitamente o país, porém não se pode afirmar que essa explosão de aromas é sempre bem-vinda, mas falaremos disso depois.

Antes de viajar para a Índia, eu assisti a um programa na TV onde descobri a existência do Thali. Nessa matéria diziam que Thali era um prato popular, servido em todos os bares e restaurantes, Achei atraente e perfeito porque traz vários potinhos com uma pequena porção de alguns pratos típicos da cozinha indiana e varia de região para região.
Geralmente um Thali leva: arroz, lentilha, um curry, um chutney, um raita (iogurte com pepino ou outro elemento), sopa e pão.Confesso que conhecia a comida indiana muito pouco, talvez apenas curry e chutney. E ao desembarcarmos na Índia em 2007, tínhamos sanduíche italiano que compramos no Aeroporto de Milão porque chegaríamos de madrugada em Delhi.
Na manhã seguinte, comemos no rooftop do Hotel porém esse desjejum não contou muito como primeira experiência culinária, porque comemos um sanduíche de queijo com tomate, o cheese toast, e um chá.
Nossa primeira refeição indiana foi perto de Connaught Place em uma lanchonete chamada Bangla Food. Pedimos dosas, lassi e chá gelado. Adoramos a dosa e mais tarde, a noite, nas imediações do hotel comemos nosso primeiro Thali em um restaurante na rua atrás da Main Bazaar, a Lakshmi Narayan Street.
Procuramos muito um lugar para comer nos arredores de onde estávamos hospedadas, mas ficamos com medo porque as condições sanitárias pareciam precárias. Para marinheiras de primeira viagem estava um pouco complicado aceitar comer em certos lugares naquela região. O Malhotra pareceu até muito chique em relação aos outros locais que tínhamos descartado e ele existe até hoje (2017) e está melhorado. Atualmente há um bom Café ao lado, o Café Fiesta.
No Malhotra, pedimos um Thali que servia duas pessoas incluindo sobremesa e custava a pechincha de 70 rupias, comparando-se com o preço de 110 rupias do almoço. O prato era bem servidom delicioso e comemos muito bem. Tinha arroz, o dal (lentilhas), curry, uma sopa chamada Sambar, uma salada de grãos, um chutney de coentro, um raita, um chutney de côco e um ensopado de paneer. Esse ensopado levava tomates, creme de leite ou iogurte e pedaços de paneer que é um queijo indiano delicioso, parecido com o queijo Cottage.

Não foi fácil arriscar restaurantes nos primeiros dias. Nós tínhamos medo de contaminação e lembrávamos de histórias de pessoas que passavam mal, que sofriam viroses e intoxicações, além de diarreia.
Mas fomos em frente e acabarmos com todos os preconceitos, a ponto de comer comida do trem, de rua, snacks ensopados em óleo, apesar de normalmente nem comermos frituras.
Na hora da fome, você esquece alguns conceitos e lembra que é melhor comer uma fritura, que torra as bactérias, do que se arriscar numa fruta não lavada.
Em nossas buscas e peregrinações por menus enormemente variados, conhecemos dezenas de pratos maravilhosos.
Os menus indianos são os maiores que já vi em minha vida em variedade de pratos. A sessão de arroz é de deixar você com terríveis dúvidas de escolha. O Veggie Biryani, por exemplo, tem diversas variedades porque cada região tem a sua receita especial. Neste site http://www.vegrecipesofindia.com/recipes/rice-recipes/ você encontrará pelo menos 10 tipos de Biryani e mais uns 95 outros tipos de arroz.

O veggie Biryani tradicional ficou sendo o nosso preferido, mas adorávamos o Cashmere Rice, o Lemon Rice, e o Jeera Rice. Provamos vários tipos de arroz, todos deliciosos, guarnecidos com frutas, com legumes, com caju, cogumelos, enfim, uma infinidade de variações e obviamente não experimentamos nem a metade do que existe em toda Índia.
A variedade de curries e bolinhos mergulhados em molhos deliciosos é enorme, assim como muitas variações do dal, alguns com lentilhas apenas, outros com feijão ou ervilhas ou ainda grão de bico.
As lentilhas são diferentes, menores, mais saborosas e muito coloridas: rosa, laranja, amarelas, brancas e pretas. E, assim como o nosso feijão de cada dia, esses grãos são parte importante na alimentação do povo indiano. Eles aproveitam essa riqueza de grãos e os transformam em salgadinhos industrializados, alguns super apimentados, mas infinitamente mais saudáveis que as massas fritas ou assadas que temos no Brasil. Com as lentilhas, dal, também fazem sopas deliciosas.
Com farinhas de arroz, de lentilha, de semolina, entre outras, fazem a dosa, que parece um biju gigante recheado e guarnecido de molhos exoticos. O Uttapan, que parece uma pizza, mas não tem nada a ver com pizza, é uma base de semolina coberta com os mais variados tipos de recheios e que os indianos comem como entrada.
Os pães são vários. No ocidente, conhecemos mais o roti e o chapati, mas há outros interessantes, como Naan, o delicioso Papadum, que tem vários tipos e sabores. E ainda o Bathura, que é um pão inflado, Paratha, que geralmente é recheado com batata ou queijo, muito servido no desjejum e até comemos um chapati integral. Os pães variam de região a região, assim como os doces e salgadinhos.
O roti é mais crocante que o chapati. O chapati é mais borrachento. Comíamos sempre um dos dois. Esses pães que mencionei são os servidos com as refeições, porque nos dejejuns servem também os pães de forma, pães integrais, croissants, e muito outros, até a bisnaguinha recheada de doce chegamos a comprar em Mumbai para fazer sanduiche e não percebemos que era recheada.
Continua...
Leia também "A variedade dos menus" e "Receitas Indianas".

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