22417 / Mahamana SF Express
- Admin
- 5 de abr. de 2017
- 5 min de leitura
Atualizado: 10 de fev. de 2023
Todas as imagens eu copiei da internet e principalmente do site The Indian EXPRESS
Hoje descobri que existe um novo trem que faz a rota de Varanasi para Delhi. É a linha 22417 / Mahamana SF Express, que parte da estação BSB / Varanasi Junction e vai para a estação NDLS / Nova Deli.
A viagem inaugural, muito comemorada, foi em 22 de janeiro de 2016, e prometia ser uma revolução nos transportes por trilho porque garante economizar 19 km (2%) da distancia.
Tempo de viagem é de 13h 30m, faz 7 paradas em cidades relativamente importantes e percorre a distância: 774 km numa velocidade média de 57 km por hora.
O comboio é do tipo Superfast, com vagões das classes sleeper, segunda ac e primeira ac, ou seja, com ar condicionado.
O Mahamana SF Express opera as terças, quintas e sábados, sai de Varanasi às 18:55 horas, e passa em 5 outras estações, Jaunpur City, JOP às 19:48, Sultanpur Junction SLN às 21:25, Nihalgarh NHH às 22:04, Lucknow Charbagh LKO às 23:50, Bareilly Junction BE às 03:17, Moradabad Junction MB às 04:53, Ghaziabad Junction GZB às 07:37 e chega a Nova Delhi NDLS às 08:25 horas.
O comboio de regresso é o 22418 / Mahamana SF Express que percorre os mesmos 774 km, passando pelas mesmas cidades e parte de Delhi todas as segundas, quartas e sextas, saindo de NDLS às 18:35 horas e alcança a estação de Varanasi às 8:25 horas da manã seguinte.
O serviço de bordo é diferenciado com menus vegetarianos e não vegetarianos. Os preços variam (em 2017):
Vegetariano: ₹ 100 rupias, com Dal Fry, Curry de Paneer, Arroz, 2 Paranthas e Salada
Não-Veg: ₹ 110 rupias, que leva Curry de Ovo, Arroz com Paneer, Dal Misto e 2 Paranthas
Com Carne: ₹ 120 rupias, com Curry de Frango, Arroz, Dal Misto e 2 Paranthas
O preço da passagem do Mahamana SF Express varia muito. A Indian Railways tem preços diferenciados em todos seus vagões.
Nesse caso, por exemplo, as crianças até 12 anos pagam ₹ 1.545,00 a tarifa cheia na primeira classe. Na sleeper, que é um vagão bem simples sem ar condicionado, o preço cai muito, fica em cerca de 15% do valor da primeira classe. As pessoas comuns, incluindo turistas de 12 anos até os 58 anos do sexo feminino e até 60 anos do sexo masculino, pagam ₹ 480 rupias a classe sleeper; ₹ 1.815, a segunda classe AC e ₹ 3.075, a primeira classe. Depois dos 58 anos, as mulheres pagam cerca da metade do preço, assim como os homens a partir dos 60 anos, mas esses preços valem apenas para os cidadãos indianos da terceira idade, deficientes, militares aposentados e mais algumas exceções. Os estrangeiros ficam na primeira faixa de REGULAR/ ADULT (12 and above) .
As fotos da viagem inaugural mostram um trem bem mais moderno, mas também mostram que os indianos não colaboraram muito e deixaram muitos vestígios de sua educação no trem. Sujeira, banheiros entupidos, pias cheias de água suja, enfim, ficou um desastre.
A sujeira é a pior coisa da Índia, e o pior de tudo é que é cultural.
Vimos muitos programas de TV ,e chegamos a ler em revistas, em 2014, que os jovens indianos que saem dos pais para estudar fora criam uma aversão e uma negação por sua cultura. Objeto de estudo, esses novos indianos tem vergonha do país, da cultura, da sujeira e até dos ritos religiosos.
Eles acham que o que eles chamam de "fanatisse religiosa" é o que faz o país ser tão atrasado e responsabilizam o atraso pela sujeira e falta de higiene.
Muitos tentam nem parecer indianos, e na Índia a quantidade de produtos que promete clarear a pele, é incrível. A indústria cosmética na Índia de produtos para clarear a pele é um negócio multimilionário.
As atrizes de Bollywood tem a tez mais clara e tem olhos coloridos por lentes. Elas fazem tratamentos de pele invasivos. O galã Shah Rukh Khan já fe
z anuncios do creme clareador "Fair and Handsome" e ele mesmo disse ter clareado seu tom de pele. Várias atrizes tem aparecido cada vez mais brancas e muitas dizem que essa é uma exigência da industria do cinema. Uma pena, pois a cultura indiana é bela, os indianos são bons e tem grande riqueza cultural. Bastava um pouco de educação para a higiene e limpeza.
Certa vez, indo de Udaipur para Delhi, sentamos numa cabine do trem com um grupo de 4 jovens e no corredor havia mais rapaz acompanhado dos pais. Ele era muito inteligente e culto, conversava sobre economia, inclusive economia mundial e do Brasil. Era politizado, opinava sobre o governo brasileiro, falava das falcatruas na Índia e comemorava a vitória do Modi, feliz pelo final da era Gandhi na India (vide Indhira, e seu partido, incluindo Sonia e os filhos).
Os outros jovens vinham de um casamento luxuoso em Udaipur. Mostravam-nos fotos, contaram que a festa de bodas normalmente durava quatro dias e que os convidados não podiam repetir a roupa, especialmente as mulheres. Notava-se que eram jovens de classe media alta de Mumbai. Uma das meninas usava uma sandália Ipanema brasileira, e tinham celulares de ultimo tipo. Eram pessoas com uma situação financeira boa e estudantes de famílias abastadas que viajavam de trem porque não conseguiram avião.
Estávamos na segunda Classe AC e nos divertimos com eles. Num determinado momento, o rapazinho politizado perguntou se gostávamos da Índia e como dissemos que sim, ele perguntou se tinha algo que não gostávamos. E dissemos em uníssono, “a sujeira”, contamos que não conseguíamos nos acostumar coma sujeira, e mostramos o chão do trem como exemplo. Ele concordou e lamentou, disse que o povo era assim e que tinha gente muito pobre que sujava tudo. Minha irmã comentou que nunca vira uma lixeira na rua, então ele nos disse a mesma coisa que o Dr Vinod, falou que “os pobres roubam as lixeiras” e retrucamos: “Para que roubam se eles não usam e não sabem usar?”.
Algum tempo depois, começaram a vender no trem salgadinhos e doces até que veio o sorvete, todos compramos e comemos. Eu e minha irmã jogamos o papel e o palito num saquinho de lixo que sempre improvisamos no trem. Os quatro classe media alta de Mumbai jogaram tudo no chão. Nos voltamos para o rapaz culto e politizado que vendia doces na loja do pai em Chandni Chowk e que não podia nem pensar em fazer uma faculdade de economia ou ciências politicas porque era obrigado a herdar e seguir com a tradição de loja de doce de família, e ele nos olhou com vergonha e decepção. Nós falamos pra ele. "Você está vendo? É uma coisa estranha, eles jogam lixo no chão onde vão dormir."
Recolhemos o lixo e o rapaz pediu desculpas, mesmo não tendo nada a ver com a sujeira feita pelos garotos de Mumbai, que alias, começaram a zonear no trem mais tarde quando todos queriam dormir e esse rapaz doceiro os colocou na linha.
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