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Agra, Mathura e Vrindavan

  • Foto do escritor: Admin
    Admin
  • 6 de nov. de 2007
  • 5 min de leitura

Atualizado: 8 de abr. de 2021


Entramos no ônibus e percebemos que eramos as únicas estrangeiras, havia um guia que falava em hindi e um pouco em inglês. As outras pessoas eram indianos tradicionais, mulheres vestidas de sari, pessoas simples que só falavam hindi. Nos bancos ao nosso lado um casal de classe media que sabia falar um pouco de inglês e estava em lua de mel. Nenhuma outra pessoa no ônibus falava inglês. Percebemos que não seria uma simples viagem. Saindo de Delhi, depois de percorrer pouco tempo o onibus parou para um Chai Time, Achamos muito cedo, mas depois de algum tempo percebemos que os indianos amam o chai time.

O trajeto não é longo, mas as estradas estão sempre cheias e são ruins. Chegamos por volta das 11 horas e o guia disse que cada um podia visitar o que quisesse por sua conta ou poderia ir com ele e pagar. Como durante o trajeto ele mal falava em inglês e nada nos contou, declinamos e resolvemos visitar tudo por conta própria. Demos uma volta mas imediações do Agra Fort, ou Red Fort, onde paramos e antes de entrar no forte o guia nos disse que ali seria o ponto de reencontro e explicou que o Taj Mahal ficava a 2 km e meio adiante na avenida. Nesse local compramos água e vimos a primeira hijra de nossas vidas e nem sabiamos o que era. Hijras são pessoas transgêneros e são fruto de uma antiga tradição milenar de castrar homens em rituais sagrados. Estes castrados passaram a se vestir como mulheres e atualmente, as hijras, castradas ou não, são aceitas culturalmente. São como uma casta e tem uma deusa própria, Bahuchara Mata. Antigas lendas relatam hijras com poderes especiais para trazer sorte e fertilidade. Podem amaldiçoar e trazer má sorte a quem não as tratar bem, por isso, na Índia atual, ninguém quer ficar mal com uma delas, e as aceitam em festas, casamentos, batizados e ainda pagam suas bençãos com boas somas de dinheiro.

O Agra Forte é imponente e foi habitado por vários imperadores do Império Mongol: Humayun, Akbar, Shah Jahan e Aurangzeb, entre outros. Resolvemos não visitar porque o tempo era curto. O guia disse que tínhamos que estar lá no ônibus em 2 horas e achamos melhor visitar apenas o Taj Mahal, veríamos muito bem, sem pressa, poderíamos ver tudo, os jardins os espelhos d'água e para lá fomos.

A entrada já era majestosa e pelo portal, lá no fundo, vimos o Taj envolto a uma fina bruma. O ingresso era 500 rupias para os não indianos e 20 para os indianos. As 500 rupias davam direito a um guarda volumes, uma sapatilha de tnt para colocar nos pés e não sujar as meias e uma garrafa de água mineral. Os indianos não recebiam nada e deixavam os sapatos numa estante sem a menor organização.

Havia muita gente, moleques vendendo postais, outros se oferecendo de guia, e nesse vaivém a confusão se instala. Dezenas de pessoas querem lhe vender alguma coisa. tem que ser rápido e dispersar, mas o local é magnífico. Em pensar que se trata de um mausoléu!Creio que deve ser uns mausoléus mais visitados do mundo.

O Taj Mahal é Patrimônio da Humanidade e em 2007 foi considerada uma das novas sete maravilhas do mundo. A obra foi realizada entre 1632 e 1653[e acredita-se que 20 mil homens tenham vindo de várias cidades do oriente para trabalhar nesse monumento de mármore branco que o Imperador Shah Jahan erigiu memória da sua esposa que faleceu depois de dar à luz ao décimo quarto filho do casal]. Eu e a minha irmã, na verdade, ficamos mais impressionadas com os belos jardins e com a simetria perfeita da geometria de tudo.

O Taj Mahal é considerado o maior símbolo de amor do mundo e nas suas paredes vemos inscrições do Corão livro religioso dos muçulmanos e dizem que o tempo era incrustado de pedras preciosas e a cúpula era ornada com fios de ouro.O edifício está entre duas mesquitas e quatro minaretes e diz à lenda que o Imperador Shah Jahan pretendia construir uma réplica do Taj Mahal em mármore negro, na outra margem do rio onde ele mesmo pretendia ser enterrado, mas isso não foi possível porque ele foi morreu antes de conseguir concluir seu sonho. Atrás do Taj Mahal corre o Yamuna, rio sagrado e ligado ao mito de Krishna.

Shah Jahan foi um imperador muito rico e construiu muitos palácios e jardins em várias partes da Índia. Após a morte da esposa começou a construção do Taj Mahal, mas um pouco antes do término da obra em 1657, ele adoeceu gravemente e o seu filho Shan Shuja declarou-se imperador em Bengala, enquanto Murad, com o apoio do seu irmão Aurangzeb, fazia o mesmo em Guzerate. Quando Shan Jahan, em seu leito, se rendeu aos ataques dos seus filhos, Aurangzeb permitiu-lhe continuar a viver exilado no forte de Agra. (wikipedia)

A lenda conta que ele passou o resto dos seus dias observando o Taj Mahal da janela do exílio e depois que ele morreu em 1666 e foi sepultado ao lado da amada esposa o que gerou a única ruptura na Perfeita Simetria do conjunto todo que é o Taj Mahal.

Diz a lenda, e olhando as paredes você cre na história, que edifício era cravejado de pedras preciosas, mas durante a ocupação britânica os soldados britânicos arrancaram as pedras nas paredes e o lápis-lazúli dos muros. Em 1908 uma restauração foi ordenada pelo Vice Rei Britânico que remodelou o Jardim ao estilo em inglês que até hoje se conserva. Os jardins são realmente belíssimos com avenidas de árvores, espelhos d'água, caminhos com canteiros de flores.

Existem outros mausoléus no complexo e pertencem às outras esposas do Shan. Vale ainda dizer que o Taj Mahal é uma mescla de arquitetura indiana e mongol e que não foi projetado por uma só pessoa mais sim por vários talentos. O mármore não é de agra, como muitos acreditam, mas sim do Rajastão que fica a 300 km de distância. Outros materiais foram trazidos da China, do Ceilão, do Tibete e das Arábias. O custo total foi de 50 milhões de rúpias indianas o que equivaleria hoje a 500 milhões de dólares.

Há uma lenda que diz que um governador Britânico Lorde William Bentinck pensou em demolir o Taj Mahal e vender o mármore, mas não conseguiu angariar dinheiro para a demolição. Outra lendo fala que Imperador Shah Jahan mutilou todos os artesãos da obra, cotando-lhes as mãos ou cegando-os, para que não pudessem construir obra semelhante ao Taj Mahal.

Se essas historias foram reais ou não, eu não sei, mas a verdade é que é belíssimo, porém muito menor do que aparenta.

Os turistas pagavam 600 rupias e os locais 10, mas os turistas ganhavam uma sapatilha protetora de pés, pois as pessoas devem entrar descalças. Há um local para deixar os sapatos. Os turistas também ganhavam uma garrafa de água mineral.

Ficamos esperando o pessoal do grupo para depois rumarmos a Mathura e Vrindavam e nos sentamos na calçada de uma avenida próxima ao ponto de encontro. Compramos doces gelatinosos tipícos de Agra e recusamos as ofertas de mini replicas do Taj Mahal em mármore, que eram bonitinhas, mas cafonas e pesadíssimas. Fora de cogitação, para mochileiros.

Ficamos observando a névoa de poluição, que se nota nas fotos abaixo e os motoristas de tuktuk a espera de turistas. Na cidade também existem muitas charretes puxadas pelos pobres e explorados camelos.

Rumo a Muthura e Vrindavam


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