Ajanta Caves
- Admin
- 15 de out. de 2014
- 19 min de leitura
Atualizado: 7 de abr. de 2021

Eu ia fazer um único post sobre as cavernas de Ajanta e de Ellora, os dois complexos arquitetônicos mais importantes de Aurangabad, mas quando comecei a olhar as fotos e a pesquisar mais sobre as cavernas, percebi que não daria. Vou ter que fazer um post para Ajanta e outro para Ellora, estes magníficos e sítios arqueológicos emblemáticos que estão localizadas na província de Maharashtra.
Esse post não é totalmente de minha autoria porque eu não sou historiadora e nem tenho conhecimento técnico ou arqueológico do local. Eu li as placas defronte as cavernas, li os pôsteres que havia nos corredores do hotel onde me hospedei, e li na internet, inclusive fazendo pesquisa no site da Biblioteca Britânica.
Quando eu e minha irmã resolvemos ir para lá, sabiamos para onde estávamos indo, mas confesso que tudo o que eu tinha visto em fotos não retrata a realidade. A primeira vez que ouvi falar de Ajanta e Ellora, foi num bate papo no Orkut, com Amitab Ranjan, um Indiano de Varanasi que morava no Brasil e conheci na rede social.

Ajanta é famosa por suas cavernas repletas de ícones de Buda e belíssimas pinturas budistas. As 30 cavernas datam do século II a. C. com o auge das comunidades budistas sunga-andhra e entraram em decadência permanecendo esquecidas a partir do século VII D.C. São hoje de Património Mundial da UNESCO que as considerou obras-primas da arte religiosa budista e que influenciaram a arte indiana que se seguiu.
Estima-se que as escavações iniciaram em torno do ano 200 a.c e continuaram até o século VI, depois de Cristo quando começou o declínio e então as cavernas foram abandonadas. Logo uma vasta vegetação as cobriu e desapareceram no tempo. Alguns estudiosos acreditam que esses templos budistas foram escavados nas rochas e em local tão ermo por causa da perseguição que o budismo sofreu logo após o término do Império Máuria, do venerado Rei Ashoka, que se converteu ao budismo depois de se arrepender dos massacres que tinha cometido para conquistar o país.
Era final do século II a.c. e o militar Pusiamitra Sunga conquistou o trono após destituir o ultimo representante Máurias, o rei Briadrata Máuria. Pulsiamitra Sunga era um brâmane ortodoxo que alegadamente era hostil ao budismo. Segundo relatos, ele teria destruído mosteiros e mandado matar monges e converteu templos budistas de locais como Nalanda, Bodhgaya, Sarnath e Mathura em templos hindus. Com o declínio da era Sunga (c.185-173 A.C.) veio a era Kanka que continuou a hostilizar os budistas, portanto, muito historiadores acreditam que Ajanta tenha sido escavada por causa das perseguições.
Os historiadores e arqueólogos afirmam que elas foram escavadas e esculpidas em duas fases. Sendo um primeiro grupo datado do II a.c, enquanto o segundo grupo de cavernas foram construídas em torno de 400 a 650 da era cristã, de acordo com Walter M. Spink. Professor Emérito de História da Arte, na Universidade de Michigan e pesquisador da arte Indiana e especialmente de Ajanta.
As Cavernas de Ajanta são mencionadas em vários escritos de mestres budistas asiáticos que viajaram para a Índia. Foram descobertas em abril de 1819, por um oficial britânico do regimento de Madras que estava caçando tigres na região. Perseguindo um felino, o oficial John Smith, chegou perto da borda de uma ravina profunda e do lado oposto avistou um arco, que pela distancia, parecia gigantesco. Imediatamente pensou tratar-se de uma caverna e assim descobriu a primeira das 30 escavações.
As cavernas de Ajanta estão situadas no lado de um penhasco rochoso ao norte de um desfiladeiro em forma de U, no platô de Deccan. Ao redor do desfiladeiro há rio e algumas cachoeiras que, na época de chuvas quando o rio está caudaloso, podem ser ouvidas de fora das cavernas. Nota-se em algumas delas marcas que comprovam que nas estações chuvosas ficam encoberta por uma cortina d’agua.
Quando foram encontradas no inicio do século 17, as capelas e monastérios cavados na falésia estavam ocultos por uma densa vegetação. Estes antigos mosteiros eram ligados por escadas e corredores. Há salões, varandões, celas para os monges, santuários altares, milhares de esculturas e belíssimas pinturas que retratam especialmente as vidas passadas e o renascimento de Buda, Gautama Sidarta, entre outras histórias ou lendas.
As capelas chaityas de Ajanta são sóbrias e singelas e os viharas, recintos monásticos, foram escavados seguindo a arquitetura e a forma das construções de madeira em outros locais budistas.
O complexo é um grande exemplo de arquitetura, escultura e pintura. As pinturas retratam exemplarmente a melhor técnica da época Gupta e, os mais preservados estão na Caverna 1, 2, 9, 10, 16 e 17,
A caverna 1 tem pinturas bem preservadas e muito coloridas, lá se encontra a mais famosa pintura de Ajanta, aquela que está em todos os livros e pôsteres do complexo: Padmapani ou Avalokiteśvara o bodhisattva da compaixão de todos os Budas.
O teto do centro da caverna 2 é de tirar o folego, e também está bem preservado. Na caverna 9 tem pilares octogonais que ainda mostram algum resquício das belas pinturas e a caverna 10 ainda tem boa parte do teto recoberto com belas imagens do Buda fazendo diferentes mudras. A 16 e a 17, são belíssimas cuja temática prende-se, sobretudo a representação das jatakas. Eu não sabia dos detalhes quando fomos para lá, mas em algumas cavernas, os seguranças contavam histórias, também ouvimos alguns guias de grupos de turistas e no final eu pesquisei em livros e sites de história.

Ao entrar no sitio arqueológico ficamos tentando imaginar como simples homens do século II antes da era cristã, conseguiram executar a proeza de subir as colina desse vale e escavar em pedra essas fabulosas cavernas, com centenas de detalhes, portas, colunas, imagens budistas e como foram capazes pintar os afrescos com tanta perfeição sem luz! Em quase todas as cavernas havia pintura do chão ao teto, passando pelas colunas e abóbodas. E ao parar e meditar pode-se imaginar a beleza do local antes de ser parcialmente destruído por intempéries, chuvas, invasão da relva, sol, e etc.
Quando pensei em fazer o post das cavernas separados, eu me lembrei de que a minha máquina fotográfica ficou sem bateria, assim como a da minha irmã, por causa de tantos cliques. Tiramos mais de 1000 fotos e se não fosse o telefone da minha irmã, não teríamos foto da caverna 26 para cima.
Eu queria poder falar de cada uma delas, mas não me lembro dos detalhes de todas, precisei recorrer as nossas fotos e a outras espalhadas pela internet.
Acho importante dizer o que cada uma delas tem de mais especial e então comecei uma pesquisa e encontrei desenhos feitos pelos primeiros desbravadores na British Library. São plantas baixas de algumas cavernas, cópias de esculturas, de paredes, de pilares e de afrescos. Um acervo maravilhoso, que me ajudou a relembrar uma por uma. São fotos e desenhos de pena e tinta sobre papel, enumerados e datados, feitos por Robert Gill (c.1824-1875), um oficial do exército britânico que servia na Índia e que ainda era pintor e fotógrafo. Ele ficou mais conhecido por suas copias das dos afrescos das cavernas de Ajanta.
Gill foi o primeiro pintor a fazer cópias das pinturas de cavernas budistas, e os desenhos que sobreviventes permanecem significativos para o estudo de Ajanta já que houve mais deterioração desde a descoberta, em 1819 até os dias de hoje.
Também peguei alguma s fotos de James Burgess (1832-1916) que era topografo e arqueólogo do Governo de Madras e na British Library. Há fotos Deen Dayal, fotografo indiano cuja carreira começou em 1870 como um fotógrafo comissionado. Ele fez muitas fotos de Ajanta e eventualmente montou estúdios em Indore, Mumbai e Hyderbad. Foi fotógrafo da corte ao sexto Nizam de Hyderabad, Mahbub Ali Khan, Asif Jah VI. Por fim há trabalhos sobre Ajanta de Henry Cousens (1854-193?), que era do departamento arqueológico do exercito britânico e que trabalhava em pesquisa arqueológica na região de Pune, tendo trabalhado também em várias regiões da Índia. Há belas fotos de D.H Sykes, que não consegui saber quem era e ainda existem muitas fotos anônimas da época e outras do fotografo.


Caverna 1
Foi construída na extremidade oriental da escarpa em forma de ferradura e é a primeira a ser visitada, o caminho para chegar até o complexo é perfeito e permite que você visite todas sem esquecer de nenhuma.
A caverna 1 tem colunas bem espessas e totalmente esculpidas, as paredes completamente coberta de pinturas, assim como o teto e é nela que está a mais famosa e admirada pintura de todo complexo: Avalokstvera.
É uma das mais preservadas e tem uma das fachadas mais bem elaboradas. È um mosteiro de aproximadamente 35 por 27 metros com dois corredores laterais de 12 metros de comprimento e 6 de altura. Doze pilares fazem uma colunata quadrada apoiando o teto e criando esses corredores. Há um santuário esculpido na parede traseira para abrigar uma imagem do Buda sentado, suas mãos que estão no dharmachakrapravartana mudra. Existem quatro células em cada uma das paredes esquerda, traseira e direita, embora, devido à falha de rocha, não haja nenhuma nas extremidades do corredor traseiro. Há ainda uma varanda aberta de 19,5 x 2,82 x 4,1 metros. Todas as medidas eu peguei em um site indiano e adicionei a estes relatos.
Os afrescos são maravilhosos, retratam a vida de Buda, de outras divindades e há até um com personagens com rostos e vestimentas de aparência estrangeira que parecem persas fazendo reverencia para um rei indiano.

Caverna 2
Chama atenção por seu foco feminino com muitas esculturas e pinturas de mulheres, deusas ou divindades. Talvez a escultura que mais chame a atenção, por sua diferença, seja a da deusa Hariti, uma divindade budista que originalmente era o demônio da varíola e um comedor de crianças, que Buda converteu em uma deusa guardiã da fertilidade.
Esta caverna que está em bom estado de conservação é sustentada por pilares robustos, ornamentados com desenhos. A varanda frontal possui vestíbulos com duas colunas, um de cada lado e o salão tem quatro colunatas de quatro colunas cada, mas que formando uma espécie de quadrado mágico, tem no total de 12 colunas que sustentam o teto. Os capitéis são esculpidos e pintados com vários temas decorativos que incluem motivos ornamentais, humanos, animais, flora e semidivinos.
As pinturas nos tetos e paredes desta caverna foram extensamente publicados e interpretados e descrevem os contos de Jataka que são histórias da vida pregressa de Buda em diferentes encarnações.

Caverna 3

Esta escavação tem 10 por 8 metros e é apenas uma escavação preliminar do que poderia ter vindo a ser um mosteiro. Pode-se perceber uma varanda de pilares que possibilita uma vista panorâmica para as outras cavernas. A pedra tem marcas de martelos e picaretas, ou seja, lá quais utensílios usaram em Ajanta.
É bem interessante, pois impressiona observar a pedra talhada e imaginar que homens do século II, com ferramentas precárias, fizeram tudo isso e também como era o processo de criação.

Caverna 4
Há um grande Buda em pregação cercado por bodhisattvas e é considerado o “maior mosteiro planejado em escala gigantesca, mas nunca concluído”.

Isso é o que está escrito na tábua exposta na entrada dessa caverna. Ela tem uma varanda, um grandioso salão sustentado 28 por colunas, um santuário com uma antecâmara e uma série de celas inacabadas.


Caverna 5
A caverna 5 é um mosteiro inacabado com uma porta ricamente esculpida e as figuras femininas são as principais atrações desta caverna.

Caverna 6
A Caverna 6 foi planejada como um monastério de dois andares. No primeiro piso há corredores de 16 colunas que parecem ter sido feitas para suportar o nível superior. Ambos possuem santuários, no entanto, o altar do andar de baixo parece ter começado a ser esculpido para ser uma stupa e depois foi transformada em um Buda. A representação de Milagre de Sravasti e Tentação de Mara são as pinturas importantes no andar inferior.

O santuário principal na Caverna 6 parece inacabado. O teto da antecâmara é rebocado, mas não parece ter sido pintado, assim como as paredes e as imagens na antecâmara parecem amontoadas em espaços estranhos, sem planejamento. Mas existem algumas poucas imagens que parecem ter sido individualmente protegidas por cortinas. Marcas de pinturas, de restos de fuligem nas paredes demonstram que o local foi bastante frequentado, mas nota-se que o projeto original nunca concluído. A entrada está um tanto danificada.
O andar de cima tem 3 santuários ou altares, e um grande número de pequenas imagens colocadas nichos. Todas as capelas tem esculturas de Budas em diferentes atitudes ou posições nas paredes do salão, antecâmara e santuário. Uma pequena figura erguida na parede esquerda da antecâmara é tão finamente coberta com um casaco de cal que dá a aparência de mármore. Na mesma parede perto dos pés de Buda está o desenho magistral de uma figura ajoelhando-se notável que segura três lótus e um objeto cilíndrico com uma tampa.

Caverna 7

A estrutura da caverna Cave 7 difere das outras cavernas. Ele tem dois pórticos, cada um com dois pilares octogonais. Eles se assemelham aos dos pilares da Caverna 2. O design incomum da Caverna 7 traz uma galeria que não leva a um monastério, como as outras. São um varandão e uma galeria que mais parece um corredor, que leva diretamente para quatro celas e a um altar elaboradamente esculpido.
O altar é realmente muito lindo, Nas extremidades laterais desse salão que é comprido, há celas dos dois lados e que levam a outras três celas.
Esta é a caverna que tem dois belos painéis esculpidos mostrando o Milagre de Srāvasti, um a esquerda e outro a direita na antecâmara. (Vimos o Milagre de pinturas de Srāvasti na Caverna 2). Há também um Buda em atitude de pregação dentro do santuário. Há também seis figuras de Buda em 'varamudrā' (em gesto de benção) esculpidas nas paredes do santuário. Abaixo deles estão figuras do Buda sentado.
Nas paredes de trás da câmara têm inúmeras figuras do Buda, fazendo diferentes mudras, mas a mais destacada escultura desta caverna é sem dúvida a figura que os indianos chamam de raja naja que é uma divindade que parece estar usando um capuz adornado com sete serpentes, esta figura provavelmente representa o Rei de Nāga Muchilinda, dizem alguns historiadores.

Caverna 8
A caverna 8 parece ter sido destinada a ser um Vihāra (mosteiro) e foi escavada num nível mais baixo. Sua parte principal foi varrida por um deslizamento de terra, mas alguns restos da caverna que ainda permanece como testemunho da bela arquitetura do lugar.

Caverna 9
Esta é uma caverna de Hinayāna Chaitya. Chaitya é um santuário budista ou salão de oração com uma stupa em uma das extremidades. Embora seja do período Hinayāna, duas figuras de Buda que ficam na porta de entrada foram provavelmente adições posteriores da época Mahāyāna. Da mesma forma, as pinturas no interior, mostram sinais tudo ter sido remodelado.

Há 21altíssimas colunas dos dois lados do salão e em torno do stupa de três metros de altura. Na parte dianteira, há uma janela em forma de ferradura acima da entrada. As pinturas são de tirar o folego e parecem pertencer a diferentes períodos. Padmapāni Bodhisattva, Nāgaraj, algumas pessoas com vestimentas persas podem ser notadas nas pinturas desfrutando de bebidas e comidas.

Caverna 10
Esta sim é originalmente Hinayāna Chaityagrha do século II, sendo assim nenhuma imagem do Buda é encontrada na Stupa. No entanto, todos os pilares deste chaitya são decorados com belas pinturas. Talvez esta seja a única caverna onde pinturas adornaram todos os pilares, pois na maioria das outras as colunas são esculpidas. O Buda sentado e em pé posições junto com seus discípulos pode ser visto por todo os pilares.
Estima-se ser esta a caverna mais antiga de Ajanta. Uma inscrição na escrita de Brahmi na parede lateral desta caverna confirma o período desta caverna. E foi a primeira a ser encontrada pelos soldados britânicos. Foi exatamente a caverna 10 que John Smith, avistou de longe porque é, sem dúvida, a maior fachada de todas.

Caverna 11
A caverna 11 também é uma caverna da transição do Hinayanna ao Mahayanna. Está inacabada e há Incompleto. Há um 'pradakshina mārga' em torno do santuário. Que é um caminho mesmo, por onde o devoto deve circundar o altar.
Este mosteiro tem cerca de 19 por 17 metros e data do início do século V. Possui um salão 4 pilares centrais, formando um quadrado e seis celas, do lado esquerdo e ao fundo. Um banco comprido e um sanctum sanctorum. Buda na atitude de pregação está alojado no santuário emoldurado por uma stupa inacabada. Poucas pinturas disponíveis aqui retratam Bodhisattvas, figuras de Buda, etc.
Caverna 12
Este monastério de Hinayana consiste em um salão de 14 por quase 18 metros, rodeado por doze celas, ou células, distribuídas em três lados. Todas as células tem duas camas esculpidas na pedra e há uma inscrição na parede traseira do monastério registrando que a mesma foi presente de um comerciante Ghanamadada.

Caverna 13
Inacabada, parece pertencer originalmente a tradição Hinayāna Vihāra. Sua fachada, no entanto, pereceu com o tempo e as más condições climáticas. O hall tem sete células em três lados, cada um guarnecido com duas camas de pedra. Curiosamente em uma das celas há travesseiros de pedra. As células são tão estreitas que é muito provável que elas serviam apenas como dormitórios. Não há vestígios de a caverna ter sido pintada.

Caverna 14
A caverna 14 é um Vihāra incompleto, sobre a caverna 13 e foi originalmente planejado para ser muito grande. Há 2 salabhanjikas nos cantos superiores da entrada. Salabhanjikas são esculturas femininas são muito belas e tem esse nome porque geralmente são retratadas como figuras com características femininas estilizadas, presas a uma arvore ou ramos.


Caverna 15
Esta caverna tem quase 20 metros por 16. Há um hall precedendo o salão com pilares. Há 8 celas, sendo 4 de cada lado. Uma antecâmara e sanctum sanctorum ao fundo. As esculturas representam Buda em várias posturas e o Buda do altar está abençoando. Os vestígios de pinturas indicam que ele foi originalmente pintado.
Caverna 15A

A caverna 15A é alcançada através da escadaria entre as cavernas 14 e 15.
É a menor de todas as escavações em Ajanta e é, na verdade, um pequenino mosteiro sem colunas. A parede dianteira está danificada, parece ter sido decorada e tem inscrições semelhantes a outras encontradas na caverna 9.

Caverna 16
De acordo com uma inscrição encontrada nesta caverna, a sua escavação foi patrocinada por Varahadeva, o ministro de Vakataka rei Harishena entre os anos de 475 e 500. A caverna tem 19 por 22 metros.

Há dois elefantes na entrada do salão central com 20 colunas, rodeado por 14 células nos 3 lados, direita, esquerda e no fundo. Há também um vestíbulo antes do santuário onde há a imagem de Buda. Talvez as melhores pinturas de Ajanta possam ser vistas aqui onde temas importantes foram pintados retratando a vida de Buda, assim como o Milagre de Sravasti; O sonho de Maya; e alguns incidentes da vida de Buda, como, por exemplo, a história de Sujata, que ofereceu alimento a Siddhārtha.
Há outras belas pinturas sobre o Hasti Jātaka, que é a história de Bodhisttva como um elefante. E as histórias de Jataka, que se trata de uma extensa literatura hindu sobre os as vida prévias de Gautama Sidharta, o Buda, tanto na forma humana quanto animal.

Mas, para os especialistas, a melhor pintura do conjunto e que também é a uma das mais famosas de Ajanta, é o retrato da princesa morrendo. Retrata Sundari, esposa do meio-irmão de Buda, que faleceu ao receber a notícia de que o marido estava renunciando a vida materialista e a ela, para se tornar monge.

Caverna 17
Uma inscrição encontrada na caverna 17 registra que a escavação foi patrocinada por um príncipe da época do rei Harishena de Vakataka. Este mosteiro é bem espaçoso, tem um salão de 34 por 25 metros, 18 celas nos três lados, um vestíbulo e um santuário contendo a imagem de Buda.

A caverna abriga algumas pinturas bem preservadas da idade de Vakataka que inclui Vessantara Jataka (direita da porta), uma roda enorme e gigantesca que representa a "roda da vida"; apsara voando (à esquerda da porta), subjugação de Nalagiri (um elefante selvagem) por Buda em Rajagriha, além dos Jatakas descritos aqui são Chhaddanta (quando o Bodhisatta nasceu como o rei de elefantes de Chaddanta), Mahakapi (quando o Bodhisatta foi um rei macaco), Hasti, a historia do Puma, Hamsa, dos gansos, Vessantara, um príncipe que dá tudo o que tem inclusive os filhos, mostrando a caridade perfeita, e ainda outros Jatakas famosos como o Maha-Sutasoma, Sarabha-miga, Machchha, Mati-posaka, Sama, Mahisa, Valahass, Sibi, Ruru e Nigrodhamiga.

Caverna 18
Trata-se de uma escavação retangular menor, com cerca de 3 metros e meio por 12, que conduz a outra célula. A sala tem dois pilares com bases moldadas e eixos octogonais.

Caverna 19

É mais um mosteiro com 16 por 7 metros aproximadamente, datado do século V e com muitas pinturas e esculturas que estão um pouco danificados. O mesmo patrocinador da caverna 17, patrocinou as escavações desta. Há um hall com pilares robustos com capitéis decorados e muitos nichos com figuras do Bodhistva. Há uma grande Buda esculpido numa Dagoba ao no fundo. O Buda que está acima contrasta com demônios que bailam aos seus pés.
Sob a janela arqueada do Chaitya há muitas imagens de Buda esculpidas em nichos. Há esculturas altamente detalhadas de um Rei Naga com sua rainha e seus súditos. As nagas, ou serpentes, eram humanas, exceto pelo peculiar adorno na cabeça que parecia um capuz feito de cobras.
Havia uma superstição que o culto as nagas trazia chuva. Mesmo hoje em dia os camponeses consideram as cobras auspiciosas.
Esta caverna é conhecida pela grandiosidade escultural da fachada e particularmente pelas duas imagens Yaksha de tamanho natural em ambos os lados do arco. No salão há pinturas representando Buda em várias posturas.


Caverna 20
É um grande salão com 16 por 17 metros, com pilares muito bonitos, colunas e capitéis trabalhados, com corredores onde ficam as celas. Há ainda um belo um sanctum sanctorum e essa caverna data entre os anos de 450 e 525 da era cristã. Uma espécie de pórtico com duas colunas, todo esculpido, faz o papel de moldura para o altar onde reina o Buda. É de uma beleza sem igual.


Caverna 21
É mais um grande mosteiro. Na entrada um varandão e a seguir um salão quadrado, com aproximadamente 28 metros e com 12 pilares. Rodeado por doze celas distribuídas à direita, esquerda e ao fundo. Algumas celas são duplas, isto é, tem uma passagem para uma outra cela. O altar fica ao fundo onde há uma estátua de Buda sentado em atitude de pregação. Há alguns traços de pinturas que representavam Buda pregando para alguns discípulos.

Caverna 22
É um pequeno mosteiro de 12 metros por 11 com 4 celas inacabadas.
A antecâmara, antes do altar, não existe como nos outros mosteiros. A figura do Senhor Buda está sentada na atitude de pralamba-pada, com os pés apoiados em um lótus na parede traseira do santuário, é de má qualidade. Na parede direita do santuário, acima das figuras

esculpidas de Buda, pinturas dos sete Manushi-Buddhas com Maitreya sob suas respectivas árvores de Bodhi. Os nomes de cada um dos Budas e árvores são escritos respectivamente abaixo e acima de cada representação.


Caverna 23
Esta é mais um mosteiro inacabado com um salão de 28 por 22 metros, antecâmara, altar, células laterais e uma ampla varanda. Esta caverna é conhecida pela rica decoração nos pilares e pilastras.

Caverna 24
Trata-se de um mosteiro incompleto sendo também a segunda maior caverna após a caverna numero 4. Esta escavação tem 30 metros por 30 e o plano consiste em uma varanda com 6 pilares que precede um grande salão que ainda estava sendo escavado. Não há piso, porque ainda existem espessos pedaços da rocha que seriam removidos. Mas o desenho arquitetônico é claro e pode-se notar que nas laterais do salão seriam escavadas as celas, seis de cada lado, e apenas 3 estão completas. No fundo do salão pode-se notar o inicio da escavação da capela. O santuário abriga um Buda sentado em pralamba-padasana, que é quando está sentado como se estivesse em uma cadeira com ambos os pés descansando no chão. Esta posição profunda contemplação.·.

Caverna 25
Esta caverna tem um salão de 11 por 12 metros, precedido por uma varanda com pilares e ainda um pátio fechado e escavado em um nível superior. Duas células são notadas na extremidade esquerda da varanda e o hall não tem células. O salão é desprovido de santuário.


Caverna 26
Esta chaityagriha é bastante semelhante à caverna 19, mas em maiores proporções, foi minha caverna preferida por causa do Buda em Mahaparinirvana, quando ele parece estar dormindo, mas na verdade alcançou o samadhi.
Tem 25 metros, por 11 e é mais elaborada, eu até diria requintada, com belíssimas figuras esculpidas. Eu me emocionei quando entrei.
Uma inscrição gravada na parede traseira da varanda sobre a porta lateral direita registra a doação do templo de Sugata (Buda) pelo monge Buddhabhadra, a um amigo de Bhavviraja, que era um ministro do rei de Asmaka. A paleografia sugere uma data entre 450 e 525 D.C. para a inscrição.
O chaityagriha consiste em um corredor central e dois corredores laterais (pradikshana). No corredor central há uma imagem de Buda entalhado em uma stupa. A fachada, os pilares internos, o triforium (entre pilares e arco do telhado), corredores paredes laterais são extensivamente esculpidas com imagens e desenhos decorativos. No entanto, a imagem mais marcante e proeminente é a do Mahaparinirvana de Buda na parede do corredor direito e o “A Tentação de Mara”, durante a penitência de Buda, que adornam a mesma parede. Mara é o demônio que tentou Gautama Buda, tentando seduzi-lo com a visão de mulheres bonitas que, por sua vez, personificam os impulsos não saudáveis, a ineptidão, a "morte" da vida espiritual.
Essa caverna é especial, pois ao entrar, na parede esquerda perto da porta lateral, uma figura colossal de Buda reclinada é impactante.
Abaixo estão as figuras de seus discípulos e seguidores lamentando sua morte, e acima são seres celestiais. A segunda cena também ocorre na mesma parede. Aqui, o Senhor Buda está sentado, com sua palma direita em mudra bhumisparsas (o gesto de tocar a terra, quando ele está com a mão para baixo quase tocando o solo) sob a árvore Bodhi no centro. Olhando um pouco à esquerda vemos Mara em um elefante acompanhada de alguns demônios atacando Buda e em primeiro plano estão as filhas de Mara tentando tentar Buda pela dança e música. No canto inferior direito está a figura da Mara abatida. A parede direita perto da porta lateral tem uma figura inacabada, da qual apenas o contorno foi desenhado. As outras esculturas que vem a seguir são muito belas, e nota-se que havia pintura na parte superior dos nichos.
A varanda da fachada parece ter sido destruída, mas ainda se pode ver uma câmara de cada lado com duas colunas em cada. Uma inscrição gravada na parede traseira da varanda sobre a porta lateral direita registra que foi presente para Sugata (Buda) pelo monge Buddhabhadra, um amigo de Bhavviraja, que era um ministro do rei de Asmaka. A paleografia sugere uma data entre 450 e 525 D.C. para a inscrição.
Na frente da varanda há um pátio que tem um complexo de uma capela subsidiária com algumas celas ou células de cada lado. O da direita, com uma cela, uma varanda com pilares está quase destruído. A parede esquerda desta aterragem contem dois painéis cinzelados que representam a ladainha de Avalokitesvara. A continuação da mesma parede na varanda tem uma figura erguida de Buda no abhaya-mudra. A capela tem na sua parede esquerda uma imagem de Buda na atitude de pregação. À esquerda da imagem está uma cama de pedra com um travesseiro esculpido. Há uma cisterna anexada a esta chaitya-griha (salão de oração que abriga uma stupa) além do pátio.
O santuário tem uma imagem de Buda na atitude de pregação em sua parede traseira. Das células ao redor do salão, apenas quatro na ala direita, uma delas com uma varanda, sobreviveram. A maior parte do lado esquerdo do salão, juntamente com os telhados do santuário e da antecâmara caiu. A caverna não pode ser devidamente chamada de um mosteiro independente, uma vez que forma um adjunto a caverna 26. O andar superior inacabado sofreu muito pelos deslizamentos de terra.
No lado esquerdo do pátio da Caverna 26 há um pequeno salão, que tem um santuário e uma antecâmara voltada para a porta de entrada. A antecâmara avança para o corredor.
Das duas cavernas restantes, são um mosteiro inacabado, do qual apenas a varanda de pilares foi escavada. O outro, um chaityagriha em seu primeiro estágio de escavação que estava sendo esculpido num nível acima da área entre Cavernas Ajanta 20 e caverna Ajanta 21. Ambas as cavernas são agora quase inacessíveis.

Caverna 27
Esta caverna poderia ter sido parte da Caverna 26 e tem dois andares, o superior está parcialmente desmoronado. O mosteiro é composto por um salão com quatro celas, antecâmara e sanctum sanctorum. Buda na atitude de pregação está alojado dentro do santuário.

Caverna 28
Este é um monastério inacabado com somente a varanda com seus 8 pilares foi escavada.

Caverna 29
Esta é uma chaityagriha inacabada medindo 22 metro por 12 metros e está em seu primeiro estágio de escavação e localizado num nível mais alto, entre as grutas 20 e 21.

Serviço: As cavernas de Ajanta ficam a aproximadamente 60 quilômetros da estação de trem de Pachora Junction, que fica a 156 km de Aurangabad, pode ser uma opção se hospedar lá em Pachora, porque a distancia pata Ellora é de 100 km.
Na realidade é quase que o mesmo que ir para Aurangabad, que fica a 95 km de Ajanta e a 30 km de Ellora. Achamos ir para Aurangabad mais perto dos dois sítios.
Há hotéis nas proximidades, mas são muito mais caros do que hospedagem em Aurangabad.
Nós nos hospedamos em Aurangabad, e escolhemos ir primeiro para Ajanta, porque era mais distante de Aurangabad, e passamos praticamente o dia lá, onde inclusive almoçamos, e no dia seguinte fomos para Ellora.

Tickets: 10 rupias para indianos,
250 para estrangeiros quando eu fui, hoje cobram 40 rupias para indianos e 600 para estrangeiros
e mais 50 rupias por câmeras de fotos ou vídeo.
Abre todos os dias exceto aos domingos
funciona da 9 da manhã as 5:30 da tarde
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