Patan
- Admin
- 29 de out. de 2014
- 11 min de leitura
Atualizado: 10 de fev. de 2023


Fomos para Patan do dia 29 de outubro, depois de tomar o delicioso café da manhã do Ganesh Himal. Encontramos o Greg no jardim e depois de comermos pegamos um taxi que o Mr Karma tinha chamado para nós.
O trajeto foi rápido, cerca de 26 minutos. Saimos do centro turistico e atravessamos bairros mais forte. A visão do Rio Bagmati repleto de lixo, e a cena de crianças brincando a beira da água foi impactante.
O Greg nos contou que na beira do rio existia um dos templos hindus mais sagrados do Nepal, com mais de 1.600 anos, o Pashupatinah. Ele nos contou que ficara impressionado e que era um local de cremação. Disse que antes de cremar as pessoas, o morto era mergulhado naquela água "sagrada" e só então o corpo é cremado.
A cerimônia pode ser testemunhada por qualquer pessoa, mas fotos são proibidas. Turistas tem acesso e ele falou que era uma experiência bem diferente.
Passanos pelo rio e de longe pudemos avistar o templo, seguimos por largas avenidas e ruas e chegamos em Patan rapidamente. A primeira impressão é de que lembra muito a Durbar Square. Era cedo e por isso não tinha muita gente na rua, turistas quase não vimos.
Fomos ao guiche, pagamos o ingresso.
Começamos a visita. Ficamos impressionados com os pagodes com portas e pilares esculpidos, e com a beleza do local. Como o passar do tempo turistas começaram a chegar e o local foi se tornando chato, com as excursões de gente falante e guias gritando.
Na praça central fomos olhar as barracas de artesanato, antiguidades, falsas antiguidades, souvenires. Gostei de uma imagem do Buda cadavérico, que eu tinha visto pela primeira vez no Templo do Dalai Lama em Mcleod Ganj e comecei a negociar. Eu nunca tinha visto esse tipo de imagem para vender antes de a ter visto no templo. Mas quando visitamos a Durbar Square e vi e quis comprar, porém o rapaz me pediu mil rupias, e achei caro.
A Bete, dona da barraquinha acabou vendendo por 400 rupias depois de muita conversa e nos convidou para comer na casa dela no dia seguinte. Achou que estávamos hospedados na vila, mas contamos que estávamos em Katmandu e seria difícil voltar no dia seguinte. Minha irmã acabou comprando um japa mala tipico do Nepal que é feito de madeira, metal com turquesas e corais encrustrados nas contas.
Nos despedimos da Bete e de seu marido e fomos tomar um refresco num café ali mesmo, que tinha uma varanda no andar superior que dava para a praça.
Ficamos observando e comentando sobre a beleza do local e depois de descansados fomas passear pelas ruas, vimos outros sítios importantes e acabamos entrando no Museu. Fizemos a visita, descansamos no belo pátio com jardim e no final da manhã voltamos para Katmandu, para Thamel, e paramos no Mitho Restaurant, para o almoço tardio.

Patan é a uma das principais cidades do Nepal, no sudoeste do vale de Katmandu, conhecida pelo seu rico patrimônio cultural. Também é Patrimônio Mundial da UNESCO. Chamada a Cidade das Artes por causa de suas incríveis esculturas de madeira, possui templos e um importante museu que abriga o melhor da arte Newari que se destaca pelo detalhismo nos entalhes em pedra e, especialmente, em madeira. Em alguns templos pode-se admirar uma delicada arte erótica.
A cidade é conhecida pela sua rica tradição de artes e artesanato e como o berço de mestres artesãos e artistas. Acredita-se que a cidade tenha sido construída no terceiro século pela dinastia Kirat. Foi expandida pelos Lichhavis no século 6 e depois pelos Malla no período medieval. Os reis Malla governaram o vale de Katmandu até a ascensão da dinastia Shah. Em 1768, o Rei Prithvi Narayan Shah começou sua campanha para unificar o Nepal e Patan tornou-se uma cidade no reino do Nepal.

A Durbar Square de Patan não é muito grande mas seus templos estão simetricamente dispostos. E o mais recomendado é visitar o local num dia ensolarado.
A Patan Durbar Square é repleta de antigos palácios, templos em arquitetura típica newari, que são os pagodes de pedras e tijolos vermelhos, ornados com portas esculpidas em madeira e estátuas hindus e budistas. Alguns datam do século 11, ao todo existem mais de mil monumentos na cidade toda.

Na entrada da Durbar Square havia o belo Chasin Dega Temple ou Krishna Temple que foi totalmente destruído pelo terremoto de 2015, dele sobrou apenas o rodapé até 2017. Quando fomos a Patan, ele estava intacto. Do período Malla, construído entre 1648 e 1849, era dedicado ao Senhor Krishna. Também conhecido pelo nome de Vamsagopala. O templo em si, estava situado no quinto nível sobre as plataformas octagonais e era todo de tijolos com uma escadaria recortada nos tijolos dos 5 pisos. Havia dois pilares de pedra, um à esquerda e outro à direita das escadas. Um dos pilares tinha uma estátua de Hanuman mas no outro pilar não havia mais estátua. Atualmente, 2017, está em reconstrução. As fotos que eu vou postar aqui, as de minha autoria (com marca d'agua) foram tiradas em 2014, quando estivemos lá.


Ao lado do Chasin Dega está Big Bell, que também fica de frente para o palácio, atual museu. É um enorme sino, pendurado entre dois pilares robustos. Foi erguido pelo rei Vishnu Malla em 1736. Os peticionários podiam tocar o sino para alertar o rei sobre suas queixas. O sino tocou durante o desastre e 2015, e alertou muita gente sobre o terremoto. Seu pavilhão permaneceu intacto.
Na foto ao lado, podemos ver, do lado esquerdo, o Big Bell e o Hari Shankar e do lado esquerdo a entrada do Mol Chowk.

Hari Shankar Temple tem três andares e é dedicado a Hari Shankar, uma divindade híbrida que tem metade dos atributos de Vishnu e metade dos atributos de Shiva, haviam cenas esculpidas com representações das torturas de condenados. Foi construído em 1704 e 1705 pela filha do rei Yoganarendra Malla. Foi destruído no terremoto de 2015.

Vishnu Temple, fica entre o Hari Shankar, e o templo Jagannarayan e está atrás da estátua do rei Yoganendra Malla. Na realidade, há três templos menores de Vishnu, incluindo um templo shikhara de tijolo e gesso, construído em 1590 para consagrar uma imagem de Narashima, a encarnação de Vishnu como homem-leão.

Yogendra Malla Statue. Na frente dos templos de Jagannarayan e Vishnu, ficava numa coluna bem alta com uma impressionante estátua de bronze do rei Yoganarendra Malla (1684-1705) e de suas rainhas, instaladas em 1700. A coluna desmoronou no terremoto 2015, mas a estátua sobreviveu ao desastre e estava sendo recolocada.

Jagannarayan Temple ou Jagat Narayan, é um templo consagrado ao senhor Vishnu. O templo era de tijolos vermelhos e tinha muitas imagens de pedra. A estátua de metal de Garuda colocada em um monólito de pedra bastante atraente fica diante desse templo e era acompanhada por imagens semelhantes de Ganesh e Hanuman. Foi arruinado no terremoto de 2015. Na foto ao lado, tirada por minha irmã, os garotos estão sentados no templo e dá para ver os leões na entrada.

Na foto acima, em primeiro plano, o Krishna Mandir, com o pilar de Garuda na frente, ao lado o Vishvonath Temple e em seguida o Bhimsem Temple.

Krishna Temple ou Krishna Mandir é o templo mais importante da Durbar Square de Patan. Construído no estilo de Shikhara importado da Índia conseguiu ser bem original. As esculturas de pedra ao longo da viga acima do primeiro e segundo pilar do piso são notáveis em ricos entalhes. As esculturas de
pilares do primeiro andar narram os eventos do Mahabharata, enquanto no segundo andar as esculturas mostram o Ramayana.
O templo foi construído em 1637 pelo rei Siddhinarasimh Malla. Diz-se que uma noite o Rei viu o Senhor Krishna e sua consorte Radha de pé na frente do palácio real. Ele ordenou que um templo fosse construído no mesmo local. Há 21 pináculos dourados no templo. Abaixo dos pináculos há 3 andares. O primeiro andar contém o santuário principal do Senhor Krishna com santuários de Radha e Rukmini em cada lado. O segundo andar é dedicado ao Senhor Shiva e o terceiro a Lokeshwor (Buda).
Garuda Statue, está num alto pedestal na frente do Krishna Mandir Temple, parece que resistiu ao terremoto de 2015.

Vishvanath Temple, o templo de Vishwanath é dedicado ao deus Shiva. Foi construído em 1627 durante o reinado de Siddhinarasimha Malla. Os suportes do telhado são decorados com entalhes eróticos semelhantes às imagens difundidas em templos de Shiva na Índia. O templo é guardado por dois elefantes de pedra na entrada da frente. No outro lado do templo estava a escultura de um touro, o veículo de Shiva. Há um lingam de pedra dentro do templo. Foi danificado mas não foi destruído em 2015.

Bhimsem Temple, foi construído por Srinivasa Malla em 1680. É conhecido por suas três janelas douradas interconectadas. O Templo é dedicado ao deus do comércio e negócios, o que pode explicar sua aparência próspera. Um dos cinco Pandavas do Mahabharata, Bhimsen ou Bhishma, aclamado com tendo uma força sobre humana na tradição nepalesa, é adorado como deus dos negócios e do comércio. Os estrangeiros não podem entrar.
Ele é diferenciado dos outros pagodes dessa praça e foi reconstruído em 1682 após um incêndio, depois foi restaurado após um grande terremoto que ocorreu de 1934. Em 1967 sofreu mais danos com outro terremoto e atualmente está em reconstrução após o terremoto de 2015.
Bhai Dega temple era um grande templo de três andares dedicado ao Senhor Shiva, foi construído por Bhagirath Bhaiya, em 1678. Destruído no grande terremoto de 1934 foi reconstruído com outra configuração, fizeram um telhado abobadado. Foi abaixo novamente em 2015 e agora está sendo reconstruído.

Na foto acima, do wikipedia, vemos à direita, o Sundari Chowk, o Mol Chowk, o Degulate Temple, e o Tegulu Temple e ao lado, quase não se vê, está o ManiKeshar Chowk, o Museo de Patan. Ao lado, que não podemos ver na foto, tem o Manga Hiti e o Mani Mandap, a frente do Manga Hiti.

Do outro lado da Durbar Square fica o Royal Palace, que atualmente é um museu. Era palácio quando o rei avistou Krishna e Radha e em seguida construiu o templo para ambos, bem em frente, exatamente no local das aparições.
Tem três principais pátios que são Mul Chok, Sundari Chok e Keshav Narayan Chok. Além desses pátios, o complexo possui templos impressionantes, santuários religiosos e lugares históricos, esculturas requintadas e bela exibição da arquitetura antiga Newari.
Na realidade, o Museu de Patan fica alojado em um pátio dentro do complexo de edifícios na Durbar. Os pátios são tres: o Sundari, o Mul ou Monk e o Mani Keshar Narayan chowk.
O Monk chowk ou Mul Chok é o pátio central. É o mais famoso e maior dos pátios entre os três principais chowks. No seu centro está localizado Templo Bidya, dourado, e ao seu lado há um poste de madeira usado para prender animais que seriam sacrificados. A divindade central é Yantaju, uma forma de Durga. A entrada para o Santuário de Taleju, no lado sul do pátio, é protegida por estátuas douradas ricamente detalhadas das deusas dos rios: Ganga, sobre uma tartaruga, e Yamuna, sobre um makura (crocodilo mítico). No canto nordeste da praça está o Templo de Degulate, bem alto e com telhado triplo.

Degulate Temple ou Degutale Mandir esse templo foi construído por Shivasimha Malla em honra de uma outra família de deuses: Degulates. Lembra o santuário de Taleju, mas com uma plataforma em forma de torre ao invés da plataforma de escadarias. A crença em Degulate tem a sua origem em um culto à natureza.

Taleju Temple foi construído por Siddhinarasrimha Malla em 1640 e reconstruído por Srinivasa Malla em 1667 após um incêndio. Taleju Bhawani era o deus pessoal da dinastia Malla, Esse templo é uma homenagem a deidade pessoal dos reis Malla. Esse templo fica atrás do Mol Chowk.

Sundari chowk ou Sundari Chok está a direita do Mul Chok. Foi projetado como um tanque profundo conhecido como Tusha Hiti. O Sundari é menor do que o Mul e está sempre aberto ao público. A entrada do chok é guardada pelas estátuas de pedra de Hanuman, Ganesh e Narashima.

O Keshav Narayan Chowk fica dentro do museu de Patan, como dissemos. No centro deste pátio, há um Templo dedicado a Keshavnarayan - uma forma de Senhor Vishnu.

Manga hiti, o banho real, é um local impressionante. Construído em 1647, há 3 enormes figuras de pedra esculpidas que na realidade são torneira de onde jorra água que o povo usa para todos os fins. Havia algumas figuras de metal que foram roubadas.

Na foto acima vemos o tanque Manga Hiti e na frente o Mani Mandap.
Mani Mandap, tem vista para o tanque Manga Hiti. Tem dois pavilhões que foram construídos em 1700 para elaboradas cerimônias da realeza e foi muito utilizado em coroações reais, mas infelizmente foram completamente destruídos no terremoto de 2015.

LXLMS
Serviço:
Patan fica bem perto de Katmandu e para chegar até lá, o melhor jeito é ir de taxi.
Há a possibilidade de ir de ônibus, transporte publico, mas em geral estão bastante lotados Porém são mais baratos..
Qualquer recepcionista de hotel saberá indicar onde tomar o coletivo, que custará em torno de NPR 30pp, em 2014. Dependendo do transito, pode demorar mais, e o transito do Nepal é caótico, por isso considere bem o tempo.
Táxi pode ser mais conveniente mas será mais caro custando em torno de NPR 350-500. Vale rachar com outros turistas. Eu e minha irmã rachamos com um amigo que polonês que fizemos no hotel.
Os tickets para a Durbar Square custam
NPR 500 para estrangeiros
NPR 250 para chineses
NPR 100 para SAARC
Funciona das 7 da manha as 7 da noite
Museu de Patan:
NPR 1000 para estrangeiros
NPR 250 para membros do SAARC & Chineses
Horários: das 10 e 30 da manhã até as 16 horas admite a entrada e fecha as 17 e 30 hs
http://www.patanmuseum.gov.np
Saindo da praça, seguindo em frente e caminhando por cerca de 8 minutos chegamos ao Templo de Kumbheshwor é um dos mais antigos de Patan. Datando de 1391, foi construído por JayastHiti Malla. Tem dois andares e é objeto de peregrinação de Hindus durante o dia de Janal Purnima que varia entre julho e agosto. Durante este evento, os hindus das castas Brahmin e Chetri trocam os sutras (fio sagrado que usam), enquanto Jhankris (xamãs nepaleses) batem os tambores e dançam ao redor do templo. Há muitas esculturas em madeira de Shiva e dentro dele há duas lagoas cuja água dizem vir diretamente do lago sagrado no Gosainkund situado a norte do vale.
Bangalamukhi Temple fica bem perto do Templo de Kumbheshwor, e segundo a lenda, um demônio chamado Bagala torturou e ameaçou a vida dos humanos que, com medo, pediam auxílio a deusa Baglamukhi que veio em socorro do povo e matou o demônio. Em agradecimento, construíram o templo como um tributo à de
Purnachandi Temple, localizado a apenas alguns metros a oeste de Durbar Square e está entre os principais templos em Patan. No passado havia uma lagoa que desapareceu completamente.
É um templo de três andares ricamente esculpido. O templo tem três telhados todos eles têm uma parte de metal. A ponteira dourada era revestida de ouro, alguns afirmam que ainda é. Três tiras, chamadas paths, que caem do topo pelo telhado triplo até quase o chão, tem sinetes que quando soam com o vento são auspiciosos. Na frente do templo há um pilar de pedra com a estátua de um leão, o veículo da deusa Durga. Na entrada central há também um par de leões de metal e duas bandeiras de metal estão colocadas de cada lado da entrada também.

Kwa Bahal ou O Templo de Ouro, também está a 5 minutos a pés da Durbar Square. Ele é belíssimo e foi, construído no século XII pelo rei Bhaskar Verma,. Com três telhados é adornado com uma fachada de ouro, quatro grandes entradas, uma torre de relógio e duas esculturas de leão. O acesso é através de uma entrada estreita de pedra à direita, ou por outra de madeira à esquerda que leva ao pátio principal do Templo Dourado, assim chamado devido às placas de metal dourado que cobrem a maior parte da frente. Dentro do santuário principal, está uma bela estátua de Sakyamuni além de algumas preciosas imagens de ouro de Buda e há ainda uma roda de oração budista. À esquerda do pátio, há uma estátua de Tara Verde, e no canto direito, uma do Bodhisattva Vajrasattva.
Em frente ao templo principal, há um santuário menor contendo uma pequena estupa e nos quatro cantos do pátio estão distribuídas estátuas das quatro encanações de Avalokiteshvara e quatro macacos segurando jacas como oferendas.
Por fim, ainda há uma capela no andar superior que pode ser alcançada por uma escada. Esta capela é toda pintada, ao estilo tibetano, e tem uma grande imagem de Avalokiteshvara, e um imagem do Kalachakra no teto, na saida.
Serviço:
Preços: NPR 50 para estrangeiros e NPR 10 para membros do SAARC
Horários: das 5 da manhã 'as 18 horas
O Rato Machhindranath Temple ou o Templo Vermelho de Machhindranath é dedicado ao deus da chuva e abundância. Tem quatro portas com esculturas intrincadas, cada uma com figuras de leões, e estátuas de varios animais no topo dos pilares. A base do templo são rodas de oração. Fica a 17 minutos de carro da Durbar Square
Rudra Varna Mahavihar é um mosteiro budista com um templo e um pátio que tem muitas estátuas de madeira, bronze e pedra. Reis foram coroados neste templo em tempos antigos.
Fica a 24 minutos de carro da Durbar Square
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