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Ellora Caves - Cavernas Budistastas

Ellora é um dos maiores complexos de cavernas do mundo. Fica na India, nas colinas de Charanandri, perto de Aurangabad, no estado de Maharastra, a mais ou menos 100 km de outro famoso complexo de cavernas budistas, Ajanta Caves, e a 30 km de Aurangabad.

 

Assim como Ajanta, Ellora é Patrimônio Mundial da UNESCO, mas diferentemente de Ajanta que é basicamente Budista, Ellora contem cavernas ligadas ao hinduísmo e jainismo, além das budistas, que datam de um período entre 600 a 1000 da era Cristã.

Dentre todas as cavernas, a de número 16 destaca-se por ser a maior escavação monolítica no mundo. Esse templo chama-se Kailash ou Kalaisha, tem o formato de uma carruagem e é dedicado a Shiva.

Ellora abriga 100 cavernas no total, porém somente 34 estão abertas ao público. Elas foram escavadas num penhasco vertical de basalto nos montes de Charanandri.

Das 34 abertas ao público, 12 são budistas (cavernas 1 até 12), 17 são hindus (cavernas 13 até 29) e 5 cavernas Jainistas (cavernas 30 até 34).

Estima-se que todo o complexo de Ellora foi construído pelas dinastias hindus Rashtrakuta que foi responsável por alguns dos grupos de cavernas hindus e budistas, e também pela dinastia Yadav que construiu alguns dos grupos Jainistas.

Próximas de um centro comercial histórico importante da região de Deccan, as cavernas estão situadas em uma rota comercial antiga da Ásia do sul, portanto acredita-se que serviam para descanso de viajantes e local de devoção para peregrinos.

 A numeração das cavernas foi feita pelo Archaeological Survey of India e não tem qualquer significado, cronológico.

Começamos pelas Cavernas Budistas, que estão situadas no lado sul e foram construídas entre 600-730 d.c. 

Por muitos anos acreditou-se que as cavernas budistas tinham sido as primeiras a serem esculpidas, talvez por causa da idade das cavernas budistas de Ajanta, mas com o passar dos anos descobriu-se que elas foram esculpidas nos séculos V e VIII. Primeiro foram as cavernas de 1 a 5 entre os anos de 400 a 600, depois as outras sete entre 650 e 750. As cavernas 11 e 12 foram as últimas.

Ellora Cavernas de 1 a 9

Caverna 1

A Caverna 1 é um mosteiro, como a maioria das primeiras cavernas budistas e talvez seja uma das mais antigas escavações do complexo. 

Ao entrar o visitante se depara com um grande salão de cerca de 12 metros, com 8 celas sendo quatro no fundo e quatro do lado direito. Nos cantos de algumas paredes existem curiosos buracos que transpassam o canto onde deviam fazer algum tipo de amarração  com cordas.

Estas celas eram para o descanso dos monges, mas alguns conhecedores dizem que esta caverna foi escavada inicialmente para os trabalhadores e usada mais tarde pelos monges.

A cela na extremidade esquerda da parede traseira tem uma abertura no teto que se liga a caverna 2, que está acima desta. Assim, pode-se pensar que ambas as cavernas 1 e 2 foram escavadas ao mesmo tempo. Há indícios de ter existido uma pequena varanda à direita fora da caverna 1, no entanto, muito pouco restou.

Caverna 2

Também considerada um mosteiro, tem uma pequena escadaria na varanda e pode ter havido pilares sustentando o telhado da varanda. Na extremidade esquerda da varanda há uma figura chamada Yaksha Jambhala, com um mala (rosário) no peito e um buquê de flores na mão direita. Dos lados direito e esquerdo há pequenas imagens de Buda sentado.

Dois altos guardiões ou dwarapalas ficam ao lado da porta dianteira. A fachada ainda tem duas janelas e grande parte da parede é preenchida com imagens de Buda.

O salão interior é suportado por doze colunas maciças dispostas em um quadrado e elas tem bases quadradas que depois se tornam cilíndricas.

Há galerias laterais que percorrem todo o salão. Cada lado tem um corredor com quatro pilares cada um e com desenhos diferentes. Em cada um desses corredores laterais há cinco nichos que abrigam Budas e outras deidades budistas. Alguns historiadores dizem que estes corredores laterais foram esculpidas em um período de tempo posterior do que o salão principal. A razão é que o lado direito está totalmente esculpido e o do lado esquerdo não.

Dois enormes dwarapalas guardam a entrada do santuário principal onde há um Buda colossal sentado sobre um trono de leão, crocodilos, pássaros, elefantes e nagas. Com o polegar e o indicador de sua mão direita, ele segura o dedo menor da sua mão esquerda em Dharmachakra Mudra (que pode ser traduzido como "Roda do Dharma" em sânscrito original. Este mudra é um dos mais importantes de todos os mudras budistas). Seu cabelo está amarrado como um botão. Em cada lado da cabeça estão maras (Mara é o oposto de Buda, ou seja, uma vez que Buda representa a iluminação,Mara é a ilusão. Isto é personificado como o demônio Mara). Em cada lado do seu trono estão atendentes. Em cada uma das paredes laterais há um Bodhisattva, de pé, com as mãos voltadas para baixo e com as palmas viradas para fora, e tem ao lado outras figuras menores e os quatro, dois de cada lado, adoram Buda. Esta célula é absolutamente escura, mas uma das menos danificadas.
Em cada lado do sanctum há uma célula dupla alinhada com os corredores laterais. A passagem da primeira para a segunda célula é bem pequena. Há muitos painéis e esta caverna está datada do século III, mas as esculturas dos corredores datam de meados do século VII.

Caverna 3

A Caverna 3 é um vihara (mosteiro) e pertence ao mesmo período que a Caverna 2, mas parece nunca ter sido concluída. Logo na entrada, nota-se que a parte da entrada a direita desapareceu, ruiu, assim como uma varanda que parece ter existido ali.

Há uma janela na parede da entrada, à esquerda da porta dianteira, que é dividida em duas colunatas, ambas quebradas. As bordas da janela tem uma bela moldura floral.Nesta varanda, onde está a janela, à esquerda, há uma capela bem conservada onde podemos ver um grande painel com um Buda sentado com as pernas em um lótus, apoiado por pequenas figuras nagas (nagas são divindades da mitologia hindu que é sempre representada como uma cobra ou com várias cabeças de cobra).

Buda está rodeado, como de costume, por dois assistentes ou guardiões.

A caverna é um quadrado perfeito que mede cerca de 14 metros de cada lado. O teto de 3 metros e meio de altura e está apoiado por doze colunas. Há onze celas para os monges, quatro à direita, cinco à esquerda e duas na parte traseira. Entre as duas células traseiras está o santuário um pouco menor do que o da caverna 2 e com as figuras mais desgastadas, no entanto é tudo bem parecido. Na parede, onde fica a porta de entrada do santuário, existem várias esculturas.

Caverna 4

Esta caverna está danificada, parece que toda a parte externa desapareceu. Nota-se que houve um desmoronamento e que boa parte dela ruiu. Tem um salão amplo que termina com dois pilares cujos capiteis são decorados e atrás deles um corredor transversal que dá acesso ao santuário. No salão há celas inacabadas e do lado oposto das células há uma parede esculpida com uma porta que pode ter sido destruída por algum desmoronamento. Parece que esta porta ou passagem adjacente foi recortada para dar acesso a caverna 4. Esta parede mostra duas historias esculpidas: um incêndio florestal, na parte de cima e o ataque de um bandido logo abaixo. Mais abaixo a cena mostra um naufrágio. E de cada lado da porta Avalokstswera e Tara.

Voltando ao corredor transversal, há uma porta, com os guardiões, um de cada lado, assim como uma cela de cada lado do santuário que fica ao meio. Os dwarapalas (guardiões) tem cabeleiras elaboradas, e um mara fica entre cada um e a porta. No santuário, Buda está sentado na atitude de pregação, com uma aureola atrás da cabeça e a árvore sagrada de Bodhi subindo por trás. Os assistentes neste caso estão atrás do trono, e são esculpidos em baixo-relevo. O alto atendente à sua esquerda está ricamente vestido. O outro está destruído. As celas também estão parcialmente destruídas. E à esquerda do vestíbulo, antes do santuário, há um painel com Avalokitesvara sentado em bhadrasana segurando na mão esquerda uma lotus com um longo caule. Um pouco mais acima está o Buda Amitabha, e ainda, Tara, com seu jarro de água, rosário, e Bhrikuti com um lindo ramo de lótus e seu penteado elegante. 

Caverna 5

A caverna 5 diferente e original porque foi projetada como uma sala com dois bancos paralelos no centro, parecendo um refeitório, e com uma estátua de Buda no santuário que há no final desse corredor formado pelos bancos(?). Este salão é bem amplo, talvez o maior de todos, com cerca de 35 metros de profundidade e 17 metros de largura. O telhado é suportado por 24 pilares de quatro faces, dispostos em duas fileiras de dez. Há passagens entre os dois bancos de pedra.

Como a caverna tem pelo menos 20 celas para os monges, acredita-se que estas mesas poderiam ser para refeições ou talvez o local tenha sido uma espécie de escola monástica. Na verdade, podiam servir para ambos os fins.

Perto da entrada do corredor esquerdo há uma pequena capela que abrigava uma figura sentada de Buda, e que agora está completamente destruída. No santuário na parte de trás há um grande Buda sentado com servos, em cada lado a porta em nichos arqueados.
Conectado com esta caverna do lado direito havia outro santuário, logo acima, mas a rocha cedeu e tornou o local inacessível sem uma escada. Este santuário contém a imagem de Buda e acompanhantes e também uma figura feminina.

Caverna 6

Saindo da caverna 5, desembarcamos pela escada num grande salão abaixo, que é a caverna 6 e tem aproximadamente 7 metros e meio por 8 e meio. Nota-se que há uma parte que desapareceu e, nesta sala, existem 3 celas intactas e uma em fase inicial. Este salão é separado de outro, que é o salão central, por duas colunas.

O central é mais comprido e tem aproximadamente 7 por 14 metros, excluindo uma antecâmara na sua extremidade direita, que na planta original ficava ao fundo. Olhando a planta nota-se que a entrada original ruiu e agora o que seria fundo, fica a direita de quem entra na câmara.

De qualquer forma, a caverna constitui-se de um grande salão central com suas salas anexas, também grandes e em cada uma delas haviam 6 celas, hoje há três na primeira sala e 6 na segunda. E ainda podemos dizer que havia um outro recinto anterior a estes salões laterais, que desapareceu. Resta uma pequena parte da esquerda que se resume numa varanda com 4 pilares.

A antecâmara em frente ao santuário tem nichos ricamente esculpidos com os guardiões. Mais ao lado há uma figura feminina e na extremidade esquerda há outra figura semelhante com um pavão em sua mão esquerda, trata-se de Mahamayurii.

No santuário, há uma grande imagem de Buda sentado. Nas paredes laterais há três fileiras, contendo cada uma delas, três Budas com os pés virados para cima enquanto abaixo deles em cada lado estão adoradores e outros seres. No lado direito do santuário tem um painel contendo três figuras em lótus. No lado esquerdo uma figura que pode ser facilmente identificada como Avalokiteswara com o lótus e o rosário, e com a pele de veado sobre seu ombro. Ainda podemos ver uma figura de Amitabha e duplas de deidades voando acima das divindades.

Caverna 7

É um mosteiro de aproximadamente 13 por 15 metros cujo teto era apoiado em 4 colunas das quais resta apenas uma. Na parede traseira, existem cinco células, sendo que apenas as duas na extremidade direita estão terminadas. Há também três células inacabadas na parede da direita, e quatro na esquerda. Os batentes da porta destas celas são bem altos. Na parede traseira da primeira célula do lado esquerdo existe uma abertura para outra caverna.

Caverna 8

Ao entrar, do lado direito há uma escavação que parece ser o inicio de uma capela. Logo a frente avistamos uma plataforma pequena em um assoalho levantado e com duas colunas. Na parede do fundo há um Buda sentado com o Bodhisattva Padmapani de um lado e Vajrapani do outro.

A seguir entramos num salão com 3 células do lado esquerdo e uma do lado direito e depois há outra sala, com celas do lado esquerdo e um santuário no centro. Há uma passagem de circum-ambulação, ou seja, o santuário fica no centro para que os devotos possam circular em pregação em torno dele.

No santuário há um Buda sentado com seus assistentes. Há um Padmapani, ao lado de Buda, com quatro braços, segurando uma lótus. A seus pés estão pequenas figuras de devotos, ou deidades, e por trás deles há uma figura feminina alta, com uma flor na mão esquerda e anões na parte de cima.Do outro lado Tara com uma figura feminina a seu lado.Na parede na entrada deste salão que abriga o santuário, bem a direita há uma escultura de Maha Mayuri.

Caverna 9

A caverna 9 tem a fachada belamente esculpida que está bem conservada e é sustentada por duas colunas. No friso acima estão esculpidos uma série de seis Budas sentados em arcos ornamentados, em uma seqüência de três, dois e um, de baixo para cima, formando um triangulo. Anões brincalhões e yakshas aparecem entre os arcos, enquanto os Budas em bhadrasana, provavelmente os "Sete Budas Históricos", alternam com bodhisattvas em pé, no friso abaixo.

A caverna tem essa pequena varanda exterior com o pórtico descrito acima, sustentado por dois fortes pilares decorados. Na parede traseira há quatro meias pilastras que dividem a parede em três compartimentos. Onde encontramos a tríade sagrada: Buda sentado no centro em Bhadrasana sobre um trono de leões e com siddhis voadores acima,  Avalokitesvara no nicho à esquerda com duas assistentes femininas. E no nicho da direita está um  Boddhistva com  um rosário em sua mão direita quebrada, igualmente assistido por duas figuras. Estas três cavernas, 7, 8 e 9 são tão confusas, devido a ação do tempo e a deslizamentos, que não podemos reconhecer qual é qual.

Caverna 10

Conhecida como Caverna de Vīśvakarmā (literalmente a caverna de quem realiza tudo, ou o arquiteto dos deuses), é um templo budista e tem um salão principal para oração. É considerada a mais importante das cavernas Budistas de Ellora e também é chamada de a "Caverna do Carpinteiro", porque o acabamento artístico dá à rocha uma aparência de vigas de madeira.

Tem uma fachada belamente esculpida com motivos indianos como apsaras (espíritos femininos das nuvens e das águas) e monges meditando.

O salão principal do piso inferior é dividido em uma nave central e corredores laterais sustentados por 28 colunas octogonais com capiteis simples.

Na extremidade semicircular do salão chaitya também conhecido como chaitya-griha (casa da oração) há uma stupa e no coração desta há uma estátua de cerca de 8 metros de Buda sentado em uma pose de pregação com seus pés pisando o solo e uma grande árvore Bodhi foi esculpida atrás de Buda.

Esta grande nave tem um telhado abobadado (conhecidas como triforio) imitando costelas de madeira que foram cinzeladas na rocha e em cada uma das  extremidades das“costelas” há um pequeno busto Naga, macho e fêmea, alternadamente. O friso profundo acima dos pilares é dividido em dois cintos, o menor e mais estreito esculpido com deidades e outras personagens em várias posições. Acima dos frisos decorados, há nichos mais profundos, cada um contendo normalmente Buda com dois assistentes, Padmapani e Vajrapani e outros seres. Esse Chaytia tem uma acústica fabulosa e dizem que, se visitarmos esta caverna de manhã cedo, qualquer voz alta ecoará 3 a 4 vezes durante um minuto.

Esta nave é precedida de um pátio quadrado que possui dois corredores com quatro capelas, ou templos menores. Segue o padrão de construção das cavernas 19 e 26 de Ajanta, caracterizada por um chandrashala (janela arqueada) e tem ainda uma conexão lateral para a Caverna 9. Nas extremidades do corredor da frente há duas células e duas capelas com as figuras de Buda.

Do lado esquerdo do corredor traseiro, uma escada leva ao andar de cima, onde há um mezanino com dois corredores laterais, o da direita com 3 celas e o da esquerda tem uma sala maior. Desse mezanino pode-se olhar para a stupa na grande nave central.

Alguns historiadores acreditam que estas celulas podem ter sido pequenas capelas. Cada uma delas contem esculturas ligadas a mitologia de Buda.

Esta caverna se caracteriza por conter, além de vários Budas, deidades masculinas e femininas, cinzeladas no estilo da dinastia de Pala encontrado em regiões orientais da India.  Nesta varanda, resta notar a única inscrição antiga de um mantra da escola Mahayana que diz:


Ye dharma hetu prabhava hetum, tathagato tesham, hyavadattesham cha yo nirodha, evam vadi mahasramanaa, que traduzindo significa, mais ou menos: Todas as coisas tem uma causa; Esta causa foi declarada por Tathagata; Todas as coisas cessarão de existir; Isto é o que é declarado pelo grande Sramana (Buda).

A caverna 10 foi construída por volta do século 7 depois de cristo.

Caverna 11

Também conhecida como Do Thal, é um monastério com ídolos, mandalas, e numerosas deusas e obras de arte relacionadas com o Budismo Vajrayana. Ela tem 3 andares e é muito grande.

O primeiro piso é um enorme pátio murado, com uma espécie de guarita com a porta em forma de T do lado direito. Ao ingressar na grande quadra aberta, deparamos com algumas estruturas subsidiárias danificadas, porém há também a importante câmara da cisterna.

É muito interessante porque a cisterna ainda está em atividade e para visitar esse local curioso, há uma pequena escada à esquerda, que leva a “câmara da cisterna”.

Nessa sala há imagens notáveis, em termos de estilo e iconografia, incluído um Buda em bhumisparsa mudra e sentado em uma lótus enquanto leões sustentam seu trono e mais dois deuses, em tamanho natural que ficam atrás, um de cada lado, da imagem central, enquanto os bodhisattvas da cura ficam à esquerda e à direita. Nesta mesma sala ainda podemos encontrar Cunda, o Bodhisattva feminino de quatro braços, segurando um rosário e um livro, sentada sobre um pedestal de lótus, e com uma tigela de mendicância em suas outras duas mãos unidas.

Contudo, a imagem principal é a do bodhisattva Rakta-Avalokitesvara na parede norte, porque está sentado no fundo de uma câmara que já teve uma frente com dois pilares, que atualmente está destruída. A imagem está em pose iogue em um trono de lótus sobre um caule. Os leões, que geralmente suportam o trono e, muitas vezes, podem ser vistos como patas de trono, aqui estão liberados de sua carga pesada. Também vemos Tara, à esquerda, enquanto Bhrikuti está do outro lado.

Deixamos a cisterna e voltamos ao pátio. Seguindo em frente chegamos a caverna onde há  uma sala retangular, com 7 colunas. Nomeio da parede há um santuário onde encontramos um Buda sentado na postura de meditação em seu trono de leão e ele está cercado pelo bodhisattvas Avalokitesvara e  Vajrapani coroado. Este último tem um vajra curiosamente entortado na mão. Algum problema na rocha deve ter sido responsável por isso. Casais voadores convergem sobre a cena. No final do corredor, na extremidade esquerda há uma escada que leva ao segundo andar.

O segundo é uma estrutura longitudinal, com uma câmara profunda na extremidade onde há uma sala emoldurada por um belo arco inacabado. Dentro dessa câmara há um Buda em uma base de trono alto inacabado, sem decoração alguma, cercado por seres celestiais masculinos que voam sobre ele. Avalokitesvara aparece à esquerda, com Amitabha ao lado, enquanto Vajrapani com uma flor de haste longa está à direita. Há três bodhisattvas femininas e três masculinos à esquerda e à direita respectivamente.

Saindo dessa câmara, do lado direito há duas portas. Na segunda delas há um santuário com uma porta pequena, mas com uma enorme figura de Avalokitesvara à esquerda do Buda sentado. A forma esculpida sobre seu ombro esquerdo pode ter sido o começo de uma pele de antílope, concluída em gesso. O igualmente impressionante Vajrapani à direita tem um vajra em um utpala (flor) cabo longo e sua outra mão segura o chauri (parece um espanador e é feito dom pelo do rabo dos bovinos). Seis Budas sentados três de cada lado ocupam o nível superior das paredes esquerda e direita, em seus gestos, alternamentre, dharmacakra e dhyana mudras. Abaixo, os bodhisattvas estão em pedestais. Essa sala é pequenina e ricamente ornada.

Caminhado a frente em direção a escada de onde chegamos, há um nicho, um buraco na parede e uma porta de um santuário onde encontramos muitas informações. É uma sala quase quadrada, com duas colunas ao meio. No fundo, um altar com um Buda sentado no trono de leão, com a mão a direita "tocando a terra" (bhumisparsa mudra). Há também Bodhisattvas Avalokitesvara, com um lótus. Amitabha e Vajrapani, com uma coroa e um vajra, estão à esquerda e à direita. Alguns seres celestiais com guirlandas convergem sobre as imagens.

Saindo desta câmara, voltamos para o corredor, e a direita há mais um pequeno nicho, depois há outra sala ricamente decorada com deuses, deusas e seres celestiais. Do lado direito figuras de Avalokitesvara e Vajrapani assistem ao Buda sentado, enquanto figuras semelhantes a Budas sentados (no nível superior) e bodhisattvas (abaixo) preenchem os espaços da parede lateral. A disposição dos atributos de um dos lados é ligeiramente diferente à esquerda, onde a segunda figura, em vez da primeira, segura a espada.
Como no santuário direito, figuras semelhantes de Avalokitesvara e Vajrapani assistem ao Buda sentado, enquanto figuras semelhantes de Budas sentados (no nível superior) e bodhisattvas (abaixo) preenchem os espaços da parede lateral.

Atrás da escada que nos trouxe a esse piso existe uma escada que leva ao terceiro andar, que é o maior. Logo avistamos algumas paredes esculpidas onde se destaca a figura de um Boddhisavtva ereto esculpido no pilar a esquerda da entrada principal. Esse andar é maior do que os debaixo, porque além dessa primeira sala longitudinal que fica acima do primeiro e do segundo piso, existe mais uma sala escavada na rocha, que se sobrepõe ao santuário do segundo piso e além desta sala, ainda temos agora mais um amplo salão sustentado por 8 colunas, com nichos decorados e um outro santuário no fundo, antecedido por uma antecâmara, no centro da parede. Na antecâmara existe uma janelinha escavada do lado esquerdo que pode ser o inicio de uma escavação para uma passagem de circum-ambulação que não foi concluída.

No altar Buda está cercado por Avalokitesvara e Vajrapani. Nota-se outro pequeno altar na extrema esquerda dessa mesma parede e o inicio de uma escavação na parede lateral direita. Essa caverna parece ter recebido uma espessa camada de uma mistura marrom nas paredes e inclusive no santuário onde as esculturas estão revestidas como uma espécie de gesso marrom.

Caverna 12

Chamada de Tin Thal, a entrada desta caverna parece ter sido projetada para proteger ou limitar a entrada de estranhos.

É mais um grande prédio de 3 andares repleto de colunas. Tem um grande pátio e à esquerda a sala da cisterna, que fica num piso mais alto, ornado com 3 colunas onde existem alguns painéis de Buda.

Do lado oposto do pátio há uma escavação de dois andares com uma porta abaixo e três colunas acima.

Caminhado pelo pátio chegamos ao salão retangular do primeiro andar que tem 24 colunas, algumas esculpidas, e que nos leva a uma antecâmara com seis colunas e então ao altar onde um enorme Buda está pregando para muitos bodhisattvas sentados, o que chama muito a atenção porque geralmente estão de pé. São oito, diferenciados por seus vários atributos e muitos historiadores e estudiosos do budismos dizem que representam a mandala astabodhisattva (8-bodhisattva).

Em torno do salão retangular principal que precede a antecâmara e o santuário, existem 10 celas. Na na antecâmara existem duas.

O andar superior do Tin Thal é mais uma varanda ou sala longitudinal com duas saletas nas extremidades, onde estão as escadas. Perto do topo da escada que conduz ao segundo andar, pode-se entrar em uma grande câmara de pilares com um lindo lótus esculpido no teto. Duas mandalas, juntamente com vários Budas sentados e bodhisattvas, foram esculpidas. As mandalas flanqueiam a imagem central de um Buda em bhumisparsa, acompanhado por Avalokitesvara e Vajrapani. Na parede direita uma grande tríade representando Avalokitesvara sentado e tendo Jambhala à esquerda e Tara à direita, e com duas menores devotas do sexo feminino mais à esquerda. Vários outros pequenos painéis aparecem nas três paredes, incluindo uma tríade de deusas acima desta mandala da parede direita.

Este andar, é menor do que o inferior, tem uma varandam e bem no meio dela 4 colunas formam uma ante sala que  tem dois painéis laterais. O que está localizado à direita exibe um bodhisattva cercado por quatro figuras femininas, todas sentadas em lalitasana, e segurando flores. Na parede lateral esquerda  mostra o bodhisattva Rakta-Avalokitesvar sentado entre Tara (em varada mudra) à esquerda, E Bhrikuti (com seu vaso de água) à direita.

Seguindo em frente, chegamos ao salão com duas fileiras de oito colunas, em sentido longitudinal. Lembrando que esta caverna é retangular. As colunas centrais formam um corredor um pouco elevado que levam ao santuário. Mas antes de nos dirigirmos ao santuário, pode os constatar a existência de algumas celas dormitórios que cercam todo o salão num total de 17. . As três celas na parede esquerda do salão principal e uma à direita têm leitos de pedra simples (com um travesseiro de pedra).

O santuário deste piso tem uma antecâmara com pilares esculpidos. O da direita tem uma Stupa no topo, um Buda sentado no meio e outro abaixo. No pilar da esquerda também há uma stupa no topo, um Buda abaixo e uma Tara ou Cunda no nicho mais baixo.

Avalokitesvara e Vajrapani (ou Manjuvajra), com o raio, guardam a entrada, de pé sobre pedestais de lótus pesados, com leões confortavelmente descansando a seus pés.Dentro do santuário está Buda sentado tocando a terra (bhumisparsa) e a deusa da terra, Bhudevi, respondendo a sua chamada, emerge do chão à esquerda da base do trono. Também podemos identificar Aparajita, sobre Ganesa que está prostrado à direita e duplas de deidades voadoras povoam a parte superior.

Quatro grandes bodhisattvas semelhantes aos que vimos no piso inferior, mas que aqui estão de pé, aparecem de cada lado de Buda. Cada um pode ser identificado por seus atributos.

Voltando para a varanda, e seguido para a direita encontramos o hall da escada que nos leva ao ultimo piso. Aqui há um Buda em hadrasana Buddha  sentado num trono com leões e rodas, ladeado por bodhisattvas de pé. Grandes cervos reclinados aparecem abaixo, adequadamente, já que o Buda exibe o gesto de ensino. Vários painéis menores e ainda a representação do  bodhisattva Rakta-Avalokitesvara,  sentado entre Tara e Bhrikuti .

O terceiro andar é o maior. No topo das escadas há uma cama de pedra de 3 metros de comprimento, com um travesseiro esculpido em cada extremidade. A direita chegamos num enorme salão que tem 40 colunas distribuídas em  5 por 8, logo um salão retangular, com um santuário ao fundo. As paredes laterais do salão tem nichos com grandes apinéis esculpidos, sendo 5 a direita e quatro a esquerda. O lado esquerdo perde um painel que ficaria onde a escada chega, isto é, por onde entramos.

Nos painel da direita temos Budas em diferentes situações. O primeiro em padmasana ou posição de lótus, o segundo também, o terceiro e o quarto estão sentado com os pés tocando o chão e o quinto também está na posição de lótus. O que os diferencia, são as figuras e adereços no fundo  e principalmente os mudras. Todos os cinco com acompanhantes e deidades que os sobrevoam.

Do lado esquerdo, o primeiro e o quarto estão em padmasna e o segundo e o terceriro sentados normalmente, com os pés no chão.

Na parede do fundo, deste enorme salão, ladeando a antecâmara que leva ao santuário, há os sete Budas meditativos, sentados em cima de uma plataforma alta de cada lado. Num total de 14, todos tem aureolas e também podemos ver árvores diferentes esculpidas ao longo das paredes.

Na antecâmara, encontramos figuras femininas sentadas, nas paredes laterais, três em cada uma das paredes e acima de cada trio há uma fileira de 5 budas menores sentados. Na porta do santuário dois grandes dwarpalas e ao atravessar a porta há uma passagem chamada pradakshinapatha, para circum-ambulação, e finalmente o altar decorado com pinturas, um Grande Buda, assistentes, boddhisatvas e outras figuras.

 

E assim terminamos o tour pelas cavernas budistas.
 

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